10 – HISTÓRIAS DE MEU AVÔ RAIZ
• Meu avô gosta de falar sobre os animais que teve e os que tem; ele fala com o maior prazer, especialmente de uma cachorrinha, chamada bugrinha ,que o acompanhou na infância e adolescência , essa cachorrinha era filha da primeira ninhada da Diana , a primeira cachorra a chegar na casa do pai de meu avô, meu bisavô, que gostava muito de animais ,assim como meu avô. Voltando a história da bugrinha, os dois eram muito grudados, onde meu avô estava, ali estava aquela pretinha. Meu avô, quando criança , vira e mexe, tinha desavença com algum colega, nestas brigas ele nunca estava sozinho, bugrinha ia por trás e mordia a poupança dos adversários, era comum os meninos gritarem- Tira essa cachorra daqui! Meus bisavós não queriam que ela dormisse na cama de meu avô, ele fingia que não sabia disso e ajudava ela a pular a janela e se aninhar em sua cama, não falhava uma noite...Um dia ele foi tomar o ônibus para ir a escola, e não percebeu que ela estava atrás dele no ponto, quando entrou no ônibus, o trocador falou- Não pode levar cachorro! Ele teve que descer e levar a amiguinha de volta para casa. No vestibular, meu avô disse que estudava umas 8 horas por dia, em casa ,e que a bugrinha ficava ali o tempo todo, sem reclamar... Minha avó tinha que se aproximar com cuidado de meu avô, quando começaram a namorar, bugrinha mostrava os dentes para ela, para alertar que ela era a preferida. Meu avô diz que todas as cadelas que teve tem muito desta primeira e que parece que a bugrinha vive reencarnando nelas. Meu avô, desde que eu o conheço, sempre tem uma cadelinha grudada nele e uma penca de gatos, fazendo companhia para ela.