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Esturro ou azedume

 
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Vocifero.
Ando mal da pinha, ou de pinhas, que, para quem não sabe, apanhar pinhas da mata é o meu dever. É mau estar mal do meu dever.

Rock Radioactivo é um dos albúns duma banda chamada Mata-Ratos.
Conheço-os há um bocado.
O seu maior single é “ A minha sogra é um boi”. Pessoalmente prefiro o CCM.
CCM, para quem desconhece, são as siglas de Cona Cu e Mamas.
Punk parvinho é uma das minhas taras, mais ou menos tipo Quim Barreiros, mas sem maldade. Ou, só com maldade.

Decidi criar uma banda dum homem só de berimbau chamada Mato-Ratas.
É uma homenagem.
O meu primeiro single vai-se chamar O meu sogro é uma vaca. O segundo vai intitular-se só Caralho! Com ponto e tudo.
Agora só falta aprender a tocar.
Ninguém canta.

Neste sábado aconteceu-me algo novo. Fez dois anos da Guerra entre Ucrânia e Rússia.
Esta merda nem um fim-de-semana devia ter sido.
Vou sugerir ao Japão para ensinar em quinze minutos, à Rússia, o conceito de Seppuku.
Não, isso queriam eles, um cepo no cu.
É a forma com que esses asiáticos lidam com a desonra.
Tenho uns tocos de carvalho que dão para afiar.

Assim faziam a guerra, ou seja mortos e mais mortes. Virar o bico para o umbigo, e espetar.
Um tipo de homicídio direcionado à própria estupidez.
Todos ao mesmo tempo... acabava em vinte minutos.

O filho mais velho do outro otário tem rinite alérgica.
Quando na casa deles fica um centímetro de pó, desata a espirrar como um sem alma.
Como é estudante de engenharia física e decidiu obrar seja o que for, foi-lhe dito em tom jocoso que devia acabar com ele.
Foi advertido que a entidade divina monoteísta determinou que somos todos isso, pó. Pó em catalão é medo.
Auspicioso, acabar com a alergia e o medo ao mesmo tempo.
O pior, é que o puto vai ganhar milhões com a merda da invenção que de certeza vai conseguir atingir.

Vai haver menos pingos no nariz.
E areia na praia e nas ampulhetas.
Nos cemitérios, que deixarão de existir.

Expliquei-lhe, à laia de amigo, que pode não ser uma boa ideia.
Não haveria matéria prima para os banhos de lama dos porcos e das porcas.
Desertos, de ideias e dunas.
Riu-se, e senti um frio na espinha.
Afinal, não vale a pena ensinar nada aos Russos e podem guardar as espadas e os drones.
O fim, está perto.


Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.

Eugénio de Andrade

Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.

 
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Rogério Beça
 
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Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 28/02/2024 18:12  Atualizado: 28/02/2024 18:12
Administrador
Usuário desde: 15/02/2007
Localidade: Porto
Mensagens: 3764
 Re: Esturro ou azedume/ mata ratas
Olá RB
Falta de pilha não tens.... escrito a acidez , sem zinco, chumbo e magnes,neste caso a poluir ,serão as cabeças de pinha ou pinho ou...o caraças.

Atenciosamente
Hc

Enviado por Tópico
Rogério Beça
Publicado: 28/02/2024 20:57  Atualizado: 03/03/2024 06:57
Usuário desde: 06/11/2007
Localidade:
Mensagens: 2123
 Re: Esturro ou azedume
Mundial de dois mil e vinte e quatro


São dois, mil, ou bem mais, de duzentos
anos-luz apagada, não é ela
tempo, centímetros passarela
de fins, todos os segundos lentos.

São dois, mas a menos, de lamentos.
Sem bela janta à luz da vela
de reza, mãos unidas pela
alma que duvido, céus cinzentos.

São dois, não contaremos’ segundos.
Proponho magia, contar atrás,
a dois mil e catorze, ou outro tal…

Os físicos defendem outros mundos.
Eu, poeta, defendo também paz
mundial.


De cheiramázedo