Trago os sentidos carregados de poesia ...
As mãos, os olhos, os gestos, as palavras
tudo me grita num só brado, dia-a-dia,
flores e silêncios que o destino não me dava.
Nasci cansado à esquina da vida,
sem saber onde estava ou d'onde vinha
de cada encontro fiz uma despedida
sem saber quem era ou que Alma tinha.
E o que importa a quem não é saber onde está
se a âncora do barco nunca foi capaz
de contra o vento segurar a vida?!
E nunca mais a minh'Alma desconhecida
há-de chorar em verso ou viverá
p'ra tomar as redeas d'um destino pobre e incapaz!
Ricardo Maria Louro