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Paradigmas do oceano

 
Os paradigmas do oceano
Dissolvem-se nos meus olhos
Quando olho para bem longe
Para lá de onde acaba o azul e começa o horizonte
Bem linear e espartano
Mas os meus olhos voltam sempre ao cais
Onde procuram os teus
E quando eles se encontram
Entre vagas transversais
Nas franjas de um oceano eterno
Afogam-se juntos em lágrimas
Na espuma de uma qualquer costa
Na areia de uma qualquer praia
Sem geometria ou governo
É um olhar molhado que ensaio
Com a humidade do nosso suor
Salgado no nosso lábio
Um olhar que quando acaba
Deixa a costa de soslaio
Ou me envolve nas suas profundidades
Para sempre
 
Autor
Raul Cordeiro
 
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