colecciono borboletas
guardo-lhes o voo, o casulo, as asas coloridas, a migração
de ovo para larva,
e de crisálida para larva, não se agrava a palavra
mas
quando a mariposa decide se tornar um ser alado, ao lado,
renasce,
parte a sua prisão
não muda apenas de pele, nem ganha apenas asas,
ou outro milagre qualquer,
deixa
o chão.
Sou fiel ao ardor,
amo esta espécie de verão
que de longe me vem morrer às mãos
e juro que ao fazer da palavra
morada do silêncio
não há outra razão.
Eugénio de Andrade
Saibam que agradeço todos os comentários.
Por regra, não respondo.