No abismo da saudade, vagueio sozinho,
Entre memórias e sombras, meu fado descaminho,
Nos ecos do tempo, a nostalgia se agita,
E a melancolia dança ao som da escrita.
Oh, saudade, vestida de melancolia,
Teço versos de ausência e melodia,
No labirinto do passado, vagueio em desejo,
Revivendo em cada lembrança, o eterno ensejo.
Por entre sonhos desfeitos e promessas antigas,
Surge a nostalgia, como uma dor bendita,
Envolta em véus de saudade, sinto a ausência do que foi,
E a presença constante do que em mim ficou.
No eco das palavras não ditas, no silêncio do olhar,
Sinto a presença ausente de quem não pude amar,
E na alma desamparada, ecoa a voz da solidão,
Num eterno lamento, na dança da ilusão.
Oh, saudade, labirinto de sombras e desvelos,
Em teu abraço convido meus mais tristes anelos,
Pois mesmo na ausência, sinto-te tão presente,
Como um eterno suspiro, em minha alma ausente.
Nuno Nebel