Na destreza das horas
tropecei num silêncio
retocado pela morosidade das asas
de uma ave.
Como ela
esta face
saiu do corpo
e nunca mais sentiu
o poiso nos ombros.
Foi assim o nosso adeus
um pairar demorado
inclinado para a solidão
mais nova quando lembrada
mais intensa quando chorada.
Talvez o nunca não durará para sempre.
Um dia
o silêncio desmaquilhado
chegará com sentença nos lábios
enrugará a saudade
e seremos de novo bando.
Nesse dia
haverá areia
nos nossos braços,
vestígios de esperança
nos passos.
por desenhar.