Poemas : 

Flor (18ª Poesia de um Canalha)

 
Um andar bamboleante fazia dela rainha da rua
Contracenava ali com olhos atrevidos e piropos
Assobios desafinados e alguma indecorosa mão
À noite de silhueta só amparava a lua ainda nua
E sem preconceitos deitada entre tantos corpos
Esculpia-se flor jogada numa marejada sedução

A ignorância trazia-lhe amor em tons de pureza
Cegueira a pobres de espírito e ricos com nada
Salvação a outros divorciados da vida miserável
Imortalidade para degustar teorias de incerteza
Da beleza e da tristeza, grito em voz desafinada
Que calado, era um poeta de letra insustentável

Afinal no final vamos todos iguais e horizontais
Pó ao pó e ao vento que ali passando nos levou
E nos fez correr mundo nas asas do imaginário
Deu-me a mão e segredou-me palavras a mais
Olhando outra vez para mais lado nenhum voou
Feliz por nascer silêncio do meu último calvário


A Poesia é o Bálsamo Harmonioso da Alma

 
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Alemtagus
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Enviado por Tópico
João Marino Delize
Publicado: 18/07/2024 20:37  Atualizado: 18/07/2024 20:37
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 Re: Flor (18ª Poesia de um Canalha)
Poema que narra a vida como às vezes ela é. Gostei.


Enviado por Tópico
HorrorisCausa
Publicado: 20/07/2024 00:28  Atualizado: 20/07/2024 00:28
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 Re: Flor (18ª Poesia de um Canalha) / Alemtagus
olá Alemtagus

"Afinal no final vamos todos iguais ..."

horizontais/ verticais/perpendiculares/ paralelos.. .tangentes. um plano de posisões/kamasutra, que cada um sabe da sua tabela. comparativamente e objectivamente. "qual é teu preço oh meu?" :)

de resto e de tudo, soooberbo poema.

atenciosamente
HC


Enviado por Tópico
Vania Lopez
Publicado: 24/07/2024 23:52  Atualizado: 24/07/2024 23:52
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Mensagens: 18598
 Re: Flor (18ª Poesia de um Canalha)
E vamos todos iguais nas covas desiguais. Me fez pensar nisso agora. Pois até a morte tem pompa, embora na terra tenhamos a mesma insignificância. Bjs