Cada um faz o que quer
Ninguém olha nos olhos do outro
Alguns pisam altivamente
Com queixos erguidos acima dos ombros
Enquanto sugam o sangue inocente.
Só o tempo de tomar um café
Lá fora o vento espalha folhas secas
Alguns fazem rodas de fofocas
Onde falam inverdades que ouviram dizer
Alimentando falsas esperanças.
O vírus é uma palavra
Que pseudo intelectuais ameaçam dizer
Nas aglomerações em praças públicas
Quando crianças se misturam com velhos
No caldo confuso da sociedade.
O vazio nunca é eliminado
Apenas causa uma grande confusão
Alguns se acham donos do mundo
Pregam uma nova religião salvadora
Como se já não bastasse toda ilusão.
O vazio é um parasita
Um ovo de serpente escondido na mente
De alguns inconsequentes
Que logo logo estarão ditando regras
Para terem novos filhotes imbecis.
Uma lívida paranoia flutua no ar
Trazendo a tona coisas obscuras
E sabemos que não podemos fazer nada
Que a grande maioria preferem continuar
No sono profundo da ignorância.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense