Disseram que era apenas mais um labirinto
Que poderia muito bem encontrar a saída
Só precisava usar a inteligência
E tudo ficari bem no final
Só esqueceram de dizer que faltava-lhe o intelecto
A massa craniana de um gênio
E foi massacrado pelo monstro no labirinto.
Um louco se escondeu na penumbra
Ele via os verdadeiros monstros subindo a rua
Jovens arruaçeiros filhinhos de papai
Que não tem nada na massa craniana
Que pisam nas pessoas a sua volta
E colocam fogo em mendigos e prostitutas
Como se eles não fossem as escórias da sociedade.
Alguns financiadores estão a espreita
Não querem ser conhecidos pelas autoridades
E por isso se escondem detrás das rugas de velhos
Que não recebem direito a sua aposentadoria
E por esse motivo aceitam subornos
Para permanecerem em frente aos quartéis.
Do outro lado da Praça alguém observa
Em seu silêncio indescritível não se nota
Que uma fúria violenta perturba sua mente
E logo sabemos pelos canais de notícias
Que mais uma chachina foi efetuada pelas facções
Em algum bar na periferia da cidade.
Enquanto isso nas camas macias de um luxuoso hotel
Um casal faz amor na loucura da sua intimidade
Sem dar a mínima para quem ficou esperando
Que seu parceiro voltasse mais cedo do trabalho
E os sorrisos são permeados de bebidas
No apagar de mais uma luz que era a última esperança.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense