Onde tropeçou e caiu nem se lembra mais
Os olhos estavam fechados
A mente divagava solta pelo espaço
Um Zé Ninguém a solta por ai
E o mundo até parece mais seguro assim.
Conta as horas e esquece os minutos
Não lê o devocional pela manhã
E, na verdade, nunca cala a boca
Quando nem mesmo seus amigos querem ouvir
Suas baboseiras cansativas.
Tudo é cinza e descascado por aqui
Enquanto alguns tentam se esconder
Ele permanece imóvel como uma estátua
Nem mesmo faz força para ofuscar
Sua eterna cisma pela humanidade.
Tira um cochilo e acende um cigarro
A fumaça incomoda muita gente
Mas ninguém tem coragem de confrontá-lo
E segue sua rotina sem se importar
Que o mundo esteja nesse estado caótico.
Deita na cama e espera um novo dia
Não sabe se vai conseguir abrir os olhos
Mas se abrir vai continuar sendo obtuso
Que se dane as pessoas a sua volta
Zé Ninguém continua sendo ele mesmo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense