O horizonte geme chamas
sobre as águas.
Na ilusão de uma crença onde te abrigues
soletras sílabas de incerteza
num gesto distraído
à boca da noite.
Caminhas sobre o silêncio
falésias de sal
preso ao enigma do crepúsculo.
Encandeado pelo limbo das estrelas
traças mapas de viagens
[ inocência dos pássaros que te atravessam ]
e acendes verbos no poema.
Sacodes o orvalho do rosto
percorres os olhares povoados de mar.
Próximo e distante
afundas o teu coração
na cumplicidade das veias.
A metamorfose das águas
cabe agora nas tuas mãos.