No crepúsculo do amor, deixo-te ir embora,
Como folhas dançando ao vento a se despedir.
Nossos corações, outrora em sintonia,
Agora se afastam, do fundo d'alma a evadir.
Teus olhos, que outrora brilhavam como estrelas,
Agora refletem a tristeza das despedidas sem volta.
Os sorrisos que trocávamos, doces e intensos,
Hoje se dissipam, tornando-se parte de uma revolta.
Caminhamos juntos por veredas da paixão,
Agora seguimos rumos opostos, em desatino.
Os juramentos feitos à luz da lua cheia,
Desvanecem-se, como uma promessas do destino.
O amor que florescia, agora murcha como uma flor,
No jardim da nossa história, é o fim da caminhada.
Deixo-te ir, libertando nossos destinos,
Como pássaros que voam para longe em sua revoada.
A tristeza se entrelaça com a brisa noturna,
E a saudade, como sombras, toma forma obscura.
Desatamos os nós que o tempo não soube desfazer,
Deixo-te partir, e a solidão é uma noite escura.
Mas, ao findar este capítulo da nossa jornada,
Guardo as lembranças, pois a vida é uma recordação.
Partes, eu permito, mas o carinho não se desfaz,
Em meu peito, preservo o que um dia foi uma paixão.
Deixo-te ir, como o sol se despede ao anoitecer,
Mas as marcas do nosso amor permanecerão no sonhar.
Sigamos adiante, em busca de um novo amanhecer,
E que a paz nos encontre, no desejo de amar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense