Numa cirurgia pelo método de cateter arterial, o paciente está acordado e consciente, talvez ansioso e preocupado pelo decorrer do tempo da intervenção médica.
Qual o meu espanto interior ao sentir-me rir silenciosamente pelo regateio entre o cirurgião operador e um técnico.
Eu conto o porquê…
Após algumas picadelas anunciadas no pulso junto à artéria umeral com anestesiante, é introduzido na artéria um cabo metálico com vários acessórios, tipo pinça, tesoura, etc., conduzindo os balões (stents) considerados necessários pelo cirurgião.
Neste momento, o meu riso iniciou-se pelo regateio da medida dos balões, como antes disse, entre o operador e o técnico assistente…
Cirurgião: Balão 4,5, por favor…
Assistente: Não temos, só um 3.7…
Cirurgião, após uma pequena pausa meditativa: Ok, experimentemos…
E continua a saga do regateio.
Cirurgião: Balão 3,2, por favor…
Assistente: Só temos 3,1…
Cirurgião, meditando: Ok, deve funcionar.
E a lenga-lenga continua durante a necessidade de introduzir os benditos balões.
E penso, será que o hospital não tem balões suficientes nas medidas requeridas ou será uma bela cumplicidade entre o cirurgião e o assistente e uma forma digna de suporte mútuo e de respeito profissional?
Seja o que for… Sorri, recuperei do problema cardíaco e agradeci a toda a equipa presente.
Bem-Hajam
João Loureiro
Triste Poet@
(João Loureiro)