O mundo está repleto de sombras e decepção,
O preconceito se tece, sutil e fere o coração.
Na dança da vida, um palco de olhares maldosos,
Julgamentos obscuros, que atingem até os bondosos.
Quem ousa trilhar um caminho diverso,
Encontra barreiras, um julgamento perverso.
Mas, na alma do forte, a chama persiste,
A resistência floresce, no artista que existe.
"Para quem quiser julgar meu caminho,
Empresto os meus sapatos, feridos de espinho."
Cada calo, cicatriz, história no chão,
Na sola marcada, a força da superação.
Calçados de sonhos, de lutas e risos,
De dores que ensinam, de feitos precisos.
No eco dos passos, um grito se ergue,
Contra o preconceito, a voz poética prossegue.
Quem julga, muitas vezes, desconhece,
A riqueza da trama que o coração tece.
Os sapatos emprestados, história contam,
De batalhas vencidas, de amores que encantam.
Em cada passo, um convite à empatia,
A entender que a diversidade é alegria.
Pois, no palco da vida, somos atores,
E, nos sapatos alheios, descobrimos amores.
Antes de apontar o dedo acusador,
Vista os sapatos, sinta o ardor.
Caminhe na estrada do outro, com respeito,
E verá que, no fim, somos todos imperfeitos.
Quebra-se o ciclo do preconceito assim,
Quando, de coração, compreendemos o fim.
No empréstimo dos sapatos, a verdade se faz,
E a humanidade avança, em um mundo de paz.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense