Na teia do tempo, dança a cultura,
Um manto de cores, trama que perdura.
Nós, fios entrelaçados, tecemos o viver,
Absorvendo do mundo, a arte de aprender.
No alvorecer da história, nasce a semente,
De tradições ancestrais, raízes da gente.
Somos esponjas da sabedoria do passado,
No livro da cultura, capítulos são folheados.
Em cada gesto, em cada canção,
A cultura se revela, rica de emoção.
A dança dos povos, a pintura da fé a nascer,
No palco da vida, a cultura é o que se pode ver.
Mas não somos apenas receptáculos inertes,
Somos artífices ativos, criadores experts.
No cadinho das ideias, forjamos a expressão,
Desenhando o amanhã, criando uma nova visão.
Nas praças da cidade, nos becos do saber,
Moldamos o barro, fazemos acontecer.
A linguagem que falamos, o modo de vestir,
Cada escolha, um ato, a cultura a fluir.
A culinária, um festim de gostos e cheiros,
O idioma, um caleidoscópio de versos inteiros.
Nossas mãos, como pinceis, delineiam o espaço,
Esculpem o tempo, num eterno abraço.
Cultura é ponte, é elo, é pontapé inicial,
Do conhecimento, faz-se o trampolim vital.
Absorvemos do mundo, mas também contribuímos,
A cultura é o palco onde todos nós existimos.
Na dança eterna do ser que sabe criar,
Nós somos a história, a cultura a pulsar.
No grande palimpsesto da humanidade,
Absorvemos e escrevemos, em nossa realidade.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense