Descendo as vielas do meu íntimo, onde os rastros do pensamento ecoam como uma sinfonia silenciosa, deposito nas paredes dos meus sonhos a suave luminosidade. Vejo olhares vazios e almas que se arrastam, mergulhadas na leitura que esculpe a paisagem da sua própria realidade.
Escuto as vozes internas, melodias obscuras que imobilizam as emoções, que bloqueiam o caminho dos outros. Portas fecham-se por dentro, fortalezas erguem-se no universo do pensamento, cada esquina abriga um mártir, uma sombra que atormenta o próprio trajeto.
São como fragmentos, pinceladas de um quadro impressionista, onde a luz e a escuridão se entrelaçam. Um mundo interno moldado por visões fragmentadas, onde a busca pela compreensão plena perde-se nos labirintos do ser.
É a cidade dos sentimentos, onde cada rua esconde segredos e cada esquina abriga fantasmas do passado, um cenário de contrastes entre a desolação e a esperança, entre o peso da solidão e a leveza da conexão.
Neste espaço íntimo, nas ruas do eu interior, há uma dança entre as sombras e os feixes de luz, uma tentativa constante de reconciliar o caos interno com a tranquilidade almejada. É onde a alma, como uma pintora impressionista, busca harmonizar as matizes da própria existência.
Alice Vaz De Barros
Alice Vaz De Barros