Quando te assentares à beira-mar
E lançares um olhar para o infinito
Com o vento a soprar-te o rosto,
Lança-me um pensamento
Ou lembra de um poema que te fiz,
Pois onde quer que eu esteja,
Seja aqui ou em um mundo ausente,
A sutileza de um arrepio tocará meu espírito
E eu serei intimamente feliz.
Feliz como teus olhos que fitam o oceano
E observam maravilhados o vôo da gaivota.
Feliz como teus seios em minhas mãos distantes,
Como o teu beijo em minha boca nula, adormecida.
Ama-me nesse instante único,
Onde o universo se desnuda a tua frente
E as ondas da maré cheia
Trazem o sussurro do meu suspiro aos teus ouvidos.
Ama-me amor; ama-me,
Enquanto sou vento, enquanto sou gaivota,
Enquanto sou nulo e adormecido.
Frederico Salvo.