No porão úmido e esquecido, onde o tempo desacelera,
Entre sombras densas e memórias perdidas, a espera.
No limiar da eternidade, onde o silêncio reina,
O passado se entrelaça com o presente, numa dança insana.
As paredes sussurram segredos, ecoando saudades,
Enquanto o ar pesado respira histórias, carregado de inverdades.
No escuro, a nostalgia se manifesta na luz incomum,
Uma lembrança perdida, um suspiro que flutua no vácuo sem fim.
A poeira dança em câmera lenta, capturando momentos idos,
Enquanto a melancolia se desloca na velocidade da luz, em sentidos.
Os objetos esquecidos ganham vida na penumbra,
Como espectros do passado, buscando respostas na sombra.
O tempo, ali, é um espectador imparcial,
Enquanto a saudade percorre os corredores, sem ser casual.
No porão, o relógio da existência marca passagens,
E a alma, imersa na melancolia, tece suas próprias viagens.
Na fronteira do etéreo, onde as lágrimas secam devagar,
A saudade se torna um fio condutor, conectando o aqui ao lá.
No porão úmido e esquecido, o passado ressurge,
E a saudade, na velocidade da luz, ao infinito converge.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense