Decifraste tu,
o dilema que te propûs,
aquele que com o cair das estrelas
sobre a noite singela,
uniu nossos dedos,
fundiu nossos corpos nús
como metal sobre metal...
Aquele que abriu o baú de todos os segredos
e nos fez amar, com os mais loucos desejos,
nos fazendo perder a calma...
Ainda sinto, gravado em mim,
como entranhada tatuagem,
o doce mel
que provei em teus beijos,
o teu respirar,
junto ao meu pescoço,
quando as caricias,
eram até sentidas pela alma...
Mas...
Ainda sinto, por fim,
o amargo fel
causado pela despedida,
quando o destino cruel
te roubou de mim...
Hoje,
tua imagem,
leve esboço
que guardo no pensamento...
Revejo fotografias nossas,
oh!!! Saudosa miragem
de um oásis distante,
por um momento,
sinto-me capaz de enganar o destino,
no instante,
de um flash,
tempos roubados,
sem direitos de autor, nem tema,
momentos parados,em que sempre serás minha,
imagens imortalizadas
na luta contra o avançar do tempo
ou do esquecimento,
enquanto a vida, fecha um novo circulo,
e volta a dilema...
Paulo Alves