Plúmbeas palavras
Que se fazem negras, tristes...
Iguais ao tempo
Que corre para o infinito
Como uma iguana apodrecida,
Ao sol inclemente,
De uma morte sem fundamento.
Ouvem-se ecos metálicos;
Feéricos canhões
Fazendo exibição,
Numa praça de mil caixões,
Fazem dos sons bélicos
Acordes tristes.
Não se ouvia,
O pulsar dos corações telúricos,
Amordaçados...
Vítimas de um claustro alegre,
Muitas vezes invejável,
Em alegorias,
Vagantes e incólumes...
Mancha rubra,
Dedos funestos, pálidos...
Que margeiam uma pátria
Imberbe, ainda,
Balbuciante, ainda.
Escutar o murmurar
De sonhos cativos
Em ricos prostíbulos,
Em febris cabarés,
Faz da pátria criança
Uma adulta sensível,
Grotescamente inquieta,
Em sinceros desejos
Chorados como estampidos criminosos.