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meus versos

 
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meus versos
são barco sem leme
vogam pela vida
como quem nada teme,
ao sabor do vento, sem inquietação,
cheia de memórias ouço-lhes o ruído
às vezes tiram-me da solidão
desafiando-me, horas a fio ao ouvido

versos que correm p'la minha mão
relembram a vida toda
e nem uma palavra sobre o futuro
a não ser a agitação
dum tempo que se prevê duro

nos meus versos tristes
dissipa-se a aurora
e o tédio neles vigora!
quando a esperança me abandona
as estrelas já não fulguram,
nem as searas aprendem o vento

neles se esvai meu pensamento.

natalia nuno


Na plenitude da felicidade, cada dia é uma vida inteira.
Johann Wolfgang Von Goethe



 
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rosafogo
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Enviado por Tópico
Paulo-Galvão
Publicado: 29/10/2023 20:53  Atualizado: 29/10/2023 20:53
Usuário desde: 12/12/2011
Localidade: Lagos
Mensagens: 1435
 Re: meus versos
Espero que esse barco prossiga a sua viagem.
Paulo


Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 30/10/2023 10:00  Atualizado: 30/10/2023 10:00
 Re: meus versos










As árvores crescem sós
E são demais, fortes para serem admiradas.
Das flores nascem sóis

E as sombras caiadas,
Acolhem os sussurros do vento
Enquanto
Nada mais me cabe do que cuidar
Como a quem
Nada mais pertence do que podar.

Poderosa realidade, desde o caule
À causa, à casca que reinventou o fogo,
Passam por elas as estações,

Trazendo-lhe o júbilo aceso das flores,
O aroma maduro dos frutos,
A nostalgia da queda da folha,

E finalmente o rugir do vento,
Feito música ferida,
Morrem de pé
Depois de longínqua vida,
Tal como as árvores, a razão inequívoca, morre também assim,
Fora isso, apenas as noites, a madrugada, a elipse

Sem um suspiro se apaga,
Assim como tendo alma humana por rodapé,
Mas nem sempre!
Quando a simpatia e inverdade fazem dos vencidos,
Os vencedores.

Palavras fazem das árvores, opositoras da razão.
Nem sempre renúncia se pronuncia
De trás pra baixo,

"Passagem" é o que somos,
Natureza e morte (em precisa
Proporção).

Olhamos sem querer ver espectros,
Na calçada raízes,
À superfície das águas
Alimentamos a renúncia,

Palavras enviesadas,
Prenúncio de queda invertebrada.

Nunca me surpreendo perante
O instinto de uma floresta,

Um ramo que se estende e a cor do sangue verde,
Infinitamente me lembram
Finais cruzados.

Do verbo encher
Dizia, minha mãe: Não queiras ser,
Mais vale enxertar e com paciência ficar a ver
Nasça menino/nasça menina

Nasça o sol ou até lua nasça poema
Até sem rima Nasça,

Milagre sem Maria

Nas árvores crescem nós
E cheiros a menta eucaliptos,
Enquanto a realidade nem è nossa,
È remota,

È utopia de condenado à morte,
Milagre sem Maria são figos,
Rosários em Gizé não são obras d'arte,

Nem a Palestina na cruz é fixa
Por simples pregos, Jesus é ?



(...)









Eu :)
GabrielaMaria
idália
rosafogo
Upanhaca
HorrorisCausa
Andeiro