Quando os dedos tocarem aquela carta,
Que te fiz, em delicados momentos de ternura;
Uma lágrima há de cair aliviada!
Tocada pelo fascínio da aventura.
Se tu choras pelo meu afastamento,
Que rias dos teus desenganos!
Pois, a vida ensina, que quem planta tormento
Tem na alma semeada - tiranos;
Pensamentos, em forma de maldade.
Sentimentos pobres e mesquinhos,
E quando chorares sem verdade...
Estejas certo, de que sois qual passarinho
Que voa coordenado pelos ventos,
Com as asas quebradas, sem teu ninho.
(Ledalge, A Carta)
"Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende." (Guimarães Rosa)