Como se um pólen de verão
se entregasse ao silêncio
ou gemesse baixinho as sombras
mais densas
a anunciarem a noite.
A folhagem
frenética
dança uma última canção.
Evoca memórias de incêndios
sobre palcos invisíveis
atravessados de ventos
ou de chamas.
Exausta
despede-se da voz dos pássaros
cai delicadamente
a transportar o sol poente.
Como se a luz se recolhesse
breve e mansa
ao fim do dia.
É somente a espuma desvanecida
da vida
o cansaço das árvores
adormecidas
no futuro adiado
do poema.
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