Rasgo caminhos no ventre da emoção
esta chama acesa que vai e vem
a cada instante vivido,
em cada momento presente,
nesta existência
que me habita e revigora.
Exalo o perfume dos aromas
de todos os instantes
que me inebriam a alma
e fazem estremecer o corpo.
Olho-me, neste olhar
que como um véu levemente me toca,
é tanta a delicadeza que emana
nesta subtil certeza que trago por dentro,
que a deixo exposta ao toque fluido
do orvalho da noite, que cai
em torrente na minha alma,
para fecundar a semente
que anseio ver desabrochar,
com os raios de sol resplandecentes,
nesse fulgor dos meus olhos
a definir o toque vibrante de cada desejo meu.
Irrompe o dia neste céu,
matizado de cores quentes,
são cores vivas, nada lhes faz sombra,
irrepetíveis, como se dialogassem
com a melodia que impregna
agora o ar e o vento soprasse a serenidade
que nos envolve.
E o amor, teima em definir-se ali
materializando-se, nas nossas mãos dadas,
nos olhares cuja mímica transborda e resvala,
como se o silêncio, comportasse a confiança.
Nesta envolvente ressonância da alma,
todos os compassos do tempo
se alinham ali num único momento,
numa emoção perene, idílica e triunfante.
Há um mundo por desvendar para além do olhar, uma melodia indecifrável, cujos acordes
penetram profundamente a nossa essência
agora diluída numa só!
E o rosto do amor agora em plenitude,
abraça-nos, como se a luz das nossas almas
se refletisse e se espelhasse na plácida limpidez da água cristalina.
Haverá sempre um sorriso bonito no rosto do amor, dias a espairecer toda a compreensão em movimento, gestos de entendimento em uníssono e em todos os poentes a eterna magia de sermos amor..
(Alice Vaz de Barros)
Alice Vaz De Barros