As Solidões Têm tantos rostos Rostos mais velhos...mais novos
Existem as solidões Sem gente por perto
As solidões rodeadas de gente
As solidões têm tantos rostos E acho que têm os nossos…
Não deveria acontecer Quando a vida Nos oferece a multidão ao redor Das nossas horas
Acho que faz falta Partilharmos Os silêncios mais íntimos Com alguém que sabe escutar Com o ouvido na alma O tom baixinho da fala Aquela fala Que ralha Que salga Que acolhe a calma Sem levantar a voz
Alguém que está disposto a partilhar A falar dos sismos Das derrocadas Das lágrimas Dos olhos quebradiços
Aquelas pessoas que nos lenificam Quando as imagens Nos cercam Nos momentos Mais frágeis, E tudo desaba Num desabafo
Talvez seja de um egoísmo altivo, escrever...das dores invisíveis, quando lá fora existe tanta gente em que a morte alivia a dor e a fome, mas existe um precipício no íntimo a afundar os sentimentos mais nobres. A nobreza de amar é a claraboia dos nossos sonhos e silenciá-la é escurecer o seu rumo ….
Obrigado aos poetas aqui do Luso, que são claraboias, faróis e estrelas guias, de muitos de nós …