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O golpe no cinema

 
O GOLPE NO CINEMA

“O” hiena, sem dúvida o auspicioso nº 1, sentia a cabeça a estalar.
Não conseguia absorver a sacanice, que lhe estava a ordenar, um dos membros superiores, do triunvirato central da difamação.
A sua própria maledicência bastava-lhe.
Os coordenadores pretendiam uma canalhice sofisticada, que pudessem exibir como troféu, na sua curvatura social.
Consultou um colega da rede, “O” hiena nº 2, às riscas achatadas, que operava com ele como cúmplice, e informou-o sobre o próximo golpe a aplicar. O espião mor assonante, e fiscal, avisara, se não obtivessem sucesso em breve, o diretor da corrida, lhes cortaria a ração, e possivelmente, os afastaria provisoriamente, da manjedoura.
Um dos elementos, disse-lhe que iria ser exibido no cinema da cidade, um filme de terror, que a vítima e comum amigo, fazia questão de ver.
— Sabes que ele não perde, uma sessão de filmes de terror e policiais, e por hábito vai sempre aos sábados, e compra bilhete para o “galinheiro”. — disse eufórico para os outros cúmplices, “O” célebre hiena nº 3 de encéfalo arruinado.
— Bom trabalho. Não largaste a vítima, esse amigo, que andamos a enganar e nos pagam para lixar.
— É isso, é esse o sucesso, a aptidão mestra do lixanço universal. Oh! seus frívolos. Oh! seus vulgares mercenários rebotalhos, sei de um grupo espontâneo disposto a fazer banzé no “galinheiro”, criar uma situação para que se faça uma intervenção policial. A vítima vai sempre para lá, como tu disseste e sabeis, oh! grande iluminado.
— Enorme patife! Unta os gajos com “algum”, do que sobrou do serviço anterior. Navegamos finalmente, no largo mar do ouro sobre azul.
— Eles que se certifiquem, que quando a polícia intervir por causa do estardalhaço, que o alvo esteja suficientemente perto, para ir junto para a esquadra.
A vítima ignorando as altas tropelias que se tramavam, esperava no café, os seus camaradas do grupo ecologista, “A Enriquecer a Nação”, com quem combinara ver o filme, para irem à bilheteira adquirir os ingressos.
A película que diziam superar tudo o que já havia sido feito, e arrumava a um canto os “Condes Drácula,” os “Frankesteins” e os “Noferatus.”
Para sua surpresa, a sessão para sábado estava esgotada. Não havia mais um bilhete para ninguém. Tiveram de marcar para o dia seguinte.
No dia seguinte, domingo, levantaram os bilhetes e foram à sessão da tarde. E alguns cinéfilos, que tinham sido arrebanhados, na véspera pela polícia, e obrigados a acompanhar os arruaceiros para a esquadra, sem nada ter a ver com o assunto, apenas queriam ver o filme, queixavam-se por comprarem novos bilhetes, e à cautela, para a plateia, não fosse a soberba chungaria renovar-se.
Contaram-lhes chateados no intervalo, enquanto bebiam umas cervejas no bar.

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ajsn
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