Poemas : 

A precoce morte do amor

 
Open in new window

Cada bala que do cano sai,
É um corpo que cai
Uma alma que se esvai
No silêncio dum ai

Lágrimas…
Por onde andam as lágrimas?!
Que pena!
Tudo se perde no silêncio das lástimas

Sentimento já não é sentido
A alma já não é querida,
Por mais dorida que fosse a dor,
De longe, espreita o amor

Ah! Homens, homens…
Já não se ouve os améns,
Por mais que os sinos repicassem
E os anjos anunciassem a dor

No coração da gente,
O amor já não mora
E o céu chora
A impiedade dos homens no presente mundo

Precocemente, morreu o amor n’alma da gente,
Nada mais se sente
Quando a vida já não se faz presente
No decrescente mundo dos vivos

A morte já nada significa;
Aos filhos, um pai ataca
Aos filhos, uma mãe sacrifica.
Matam nenés e ninguém justifica

Nesse mundo dos sentimentos surdos,
As lágrimas já não vão a parada,
E a lástima calada
Já não se ouve no silêncio dos prados

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
Autor
 
Texto
Data
Leituras
516
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
14 pontos
2
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 01/10/2023 10:55  Atualizado: 01/10/2023 10:55
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8483
 Re: A precoce morte do amor

Pelo que se ouve, se vê, se diz e se faz…
Declaro a morte do amor.

Enviado por Tópico
Egéria
Publicado: 12/10/2023 13:51  Atualizado: 12/10/2023 13:51
Usuário desde: 28/09/2009
Localidade:
Mensagens: 947
 Re: A precoce morte do amor
Muito bom o poema, adorei.
Abraço poeta.