Disfarces do caos condescendente
Tolerância em níveis deturpados
Hipocrisia disfarçada, cinismo indiferente
É o sorriso melancólico dos renegados
O tempo é o ceifador que impera
Não redime arrependimentos vazios
Estamos todos em fila de espera
E o perdão é o ópio dos arredios
Em faces ainda degradadas pelo vício
De aquecer o egoísmo que reina
É a cadência fingida desde o início
Num fim mórbido que nos causa pena
Evoluindo para um abismo cético
Humanizados de almas insipientes
Sou um reles transeunte hermético
Num silêncio frio dos inconscientes
Mentes néscias sob a sombra da injustiça
Julgam-se fartas em plena ruína
Arquétipos covardes fadados a preguiça
Como ratos que se alimentam de estricnina
Em guerras paralelas, infames respostas
Deliberadamente invalidam justas sentenças
São míopes visões do ego impostas
Enraizando a insignificância das indiferenças
Como se o retorno não fosse certeiro
Como se a lei da vida não estreitasse os finais
É que somos o erro de um Deus inteiro
Dividido em substâncias nocivamente banais
Todo decreto divino está intrínseco na natureza
Nenhuma barganha suborna o destino
Tudo que se faz real em mim se torna incerteza
Só sei que não saberei ser: sou peregrino
Jeferson