Nas tuas palavras
o lado de dentro
para o que resta de mim.
Olho a janela
e procuro um domingo
as ruas
a luz
de um domingo
do outro lado
do tempo.
No meu corpo
guardo fotos
tempos sem fim
e é-me difícil respirar
neste tão pouco
que sobra de mim.
Nas tuas palavras
a vontade de ser tempo
o silêncio
da minha crueza
a certeza
de a perder de vista
por detrás da opacidade
da minha lúcida
insanidade.