Eu fui fiel. Sincero eu fui. Te fui leal.
Amor igual ao teu amor eu nunca tive.
E percebendo em teu amor um grande mal
Deixei de amar, pois tem amor que nos oprime.
E sem amor fui me tornando um vegetal.
A alma minha se tornou cacofonia.
Dos seus domínios retirei a digital
E transformei a dor que sinto em poesia.
E acreditei que tinha em ti algo ideal.
E crendo fosse assim, edifiquei castelos.
Pobre de mim! Tudo era terreno e carnal!
Flores de plásticos enfeitando cemitérios!
Sobre espinhos demonstrei descontentamento.
Morreu de inanição meu pobre coração.
Faltava teu amor, que era meu alimento
E de mim só restou a sombra ali no chão.
E sem amor o ser humano é só um ser.
É vaso vazio. É barro sem sopro divino.
É uma planta sedenta que não quer crescer.
É barco sem rio. É mar sem navio.
Imploro-te perdão se algum bem eu te fiz.
Eu não te perdoo pelo mal que me fez.
Eu peço que desculpe a minha pequenez.
Mas a minha vingança é te ver mais feliz.
Gyl Ferrys