No vasto universo do criar,
Onde o útil vem reinar,
Nasceu um pensamento estranho:
Inventar o inútil, sem tamanho.
No canto escuro da mente, ele floresceu,
Onde a lógica não se perdeu,
Mas escolheu não se manifestar,
E a imaginação, deixou voar.
Oh invenção do inútil, que bela és tu!
Não serves para o trabalho ou o estudo,
Mas trazes sorrisos, e uma risada ou duas,
Num mundo onde tudo tem sua utilidade crua.
O inútil, muitas vezes, é o mais belo,
Pois está livre do peso do zelo,
Não carrega a obrigação de ser,
Apenas existe, sem ter que fazer.
Como uma pluma que flutua no ar,
Sem destino, sem lugar para pousar,
A invenção do inútil nos faz lembrar,
Que nem tudo na vida é sobre utilidade alcançar.
Pois há magia no absurdo, no sem propósito viver,
E na invenção do inútil, podemos nos perder,
Mas também nos encontrar,
E nossa criatividade sem fim celebrar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense