Eu desatento aos golpes do amor,
Naveguei sem receios pela vida,
Acreditava ser minha guarida
Um coração de pedra, sem pudor.
Mas Eros, com seu traço feito ardor,
Alcançou-me com seta desmedida.
No peito ferido, a ferida,
E a alma que se rende à sua dor.
E agora, nesse mar de sentimentos,
A onda da paixão me faz errante,
Buscando a estrela-guia dos momentos.
Conheci, enfim, o amor vibrante,
E à sua melodia eu me rendo,
Desatento, mas para sempre amante.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense