No auge da noite silente,
Convidei o vento, sutil e fremente,
Para ser testemunha, com seu sussurro errante,
Da primeira vez que me entreguei a ti, amante.
O vento, curioso e impertinente,
Acercou-se do quarto, tocando a gente,
Com sua carícia fria, mas reconfortante,
Como um sopro de vida, algo vibrante.
Nossos corpos dançavam com a leveza do ar,
Guiados por esse vento, sem cessar,
Na melodia da paixão, sem hesitar,
Entrelaçamos almas, deixamos o mundo girar.
O vento contou segredos ao teu ouvido,
De amores passados, de corações feridos,
Mas nessa noite, tudo foi esquecido,
Pois em teus braços, achei meu abrigo.
A manhã chegou, e o vento se despediu,
Mas a memória daquela noite, nunca partiu,
A cada brisa que sinto, em meu rosto a tocar,
Lembro de ti, e do vento, a nos embalar.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense