Em ruas de um triste silêncio e ardor,
Ventiladores parados clamam por frescor,
Moscas voando, algumas em dança distraída,
Ecoam zumbidos de uma tarde adormecida.
Um homem na televisão declama seu lamento,
Enquanto olhares pesados olhando, em tormento,
Veem vitrines que vendem créditos e sonhos,
Promessas vazias, alegrias em rostos tristonhos.
E nas sombras que uma cidade suja esconde,
Terroristas na próxima esquina se espreitam,
Mas ainda, o povo persiste e não responde,
Com esperança e fé, suas batalhas recheiam.
Numa trama de medo, há muitas vidas em tentação,
O mundo gira, mas há escondida sempre uma canção,
Que canta por paz, e sonha com amor e redenção,
Mesmo em meio ao sofrimento, à dor e desilusão.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense