Tantos são os caminhos percorridos no silêncio copioso dos passos que nos fazem sentir em cada passagem a voluptuosa forma de nos reinventarmos em cada momento, como se a inocência fosse o veículo tão necessário e a sabedoria o estandarte a erguer a perspicácia, num som suave quase imperceptível ao ouvido, mas tangível aos sentidos.
No decorrer do tempo as mãos a rasgar o véu do entendimento, numa perfeição estonteante, como a idoneidade a perpetuar-se e a entranhar-se na pele e a verticalidade a vestir o olhar, como se a honra e a dignidade fossem uma aliança de compromisso e responsabilidade.
O murmúrio do tempo em alta voz como se abrisse uma porta de exclamação e todos os sentidos fossem assim alinhados como as partituras de uma música a bordar a essência da alma nos contornos do olhar em contemplação.
Num instante supremo as mãos do amor a perpetuarem-se na alma, um poema a esvoaçar levado pelo vento a acariciar em toques suaves a bainha da tua alma costurada à minha neste abandono, numa espécie de renascimento colorindo a vida.
Alice Vaz de Barros
Alice Vaz De Barros