No relógio da vida, o ponteiro avança,
A cada tic-tac, uma nova esperança.
Perdemos tempo, ganhamos momentos,
No paradoxo dos dias, somos feitos de ventos.
Quando corremos, pensamos ganhar,
Cada segundo, um passo a mais para andar.
Mas, por vezes, correndo, deixamos no coração,
Os detalhes pequenos, que nunca mais voltarão.
Perder tempo, olhando o céu a brilhar,
Pode ser o que nos faz, de fato, ganhar.
Pois, no simples ato de contemplar a imensidão,
Encontramos sentido, alma e direção.
Ganhar tempo, buscando atalhos e algo mais,
Pode ser, em verdade, o maior dos sinais,
Que o que pensamos ser economia e ação,
É somente vazio, pressa sem direção.
No entrelaço dos dias, o que será que vale?
O relógio que corre, ou a pausa que fale?
O paradoxo nos mostra, com clareza e sem fim,
Que perder pode ser ganhar, e ganhar pode ser um sim.
Então, na dança da vida, onde o tempo é rei,
Que possamos lembrar: o agora é a lei.
E que perder ou ganhar, seja como for,
O que importa é viver, com presença e amor.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense