Num porão úmido e esquecido,
Onde os sonhos são contidos,
O eco de passos perdidos
Desvanece, indefinido.
No limiar da eternidade,
Em meio à vasta imensidão,
Ecos de antiga saudade
Resplandecem na escuridão.
Saudade na velocidade da luz,
Viaja pelo cosmos sem fim,
Buscando o que a alma traduz,
Um amor, um começo, um sim.
Não existe uma estrada real para o coração,
Nem mapas que indiquem a direção.
É um caminho feito de intuição,
Onde só se vê com a alma, não com a visão.
Outrora o cérebro do pensamento,
Agora mero instrumento,
Em um universo em movimento,
Busca sentido no vento.
Mas entre esquecimentos e memórias,
Na dança da noite e do dia,
As almas contam suas histórias,
Em busca de eterna harmonia.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense