Poemas : 

A Preto e Branco (um mano a mano com Alemtagus)

 
Quadrados de ar fechado,
De grades ferrugentas
Pintadas por sentenças,
Por leis de descrenças
E penas peçonhentas.
Passado violado.

Pássaro preto e aziago
Esvoaçante em lauta sorte,
Aninhado em eterno medo.
Crua verdade que vem cedo,
Fria como vento norte,
Nudez de olhar que afago.

Forma cansada de xadrez
Sem roques nem reis,
Xeques ou estratégias,
Que amantiza mãos régias
Ao ritmo a que se moldam as leis,
Ao ritmo de razão sem porquês.

Sol e solidão que escorre na parede,
Limalhas de apagamento mortiço,
Encastramento em peito coberto
De preto sem branco por perto
Onde se afogou a cor e o viço
De um espírito, que de podre, já fede.

Alemtagus/Valdevinoxis



A boa convivência não é uma questão de tolerância.


 
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Valdevinoxis
 
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Enviado por Tópico
Alemtagus
Publicado: 09/05/2008 16:24  Atualizado: 09/05/2008 16:24
Membro de honra
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Mensagens: 3408
 Re: A Preto e Branco (um mano a mano com Alemtagus) p/ Valdevinoxis
Bem, acho que foi a primeira vez que nos arriscámos numa aventura destas. Julgo que não correu mal de um todo. Obrigado Mano Velho.

Abraço

Enviado por Tópico
visitante
Publicado: 09/05/2008 19:00  Atualizado: 09/05/2008 19:00
 Re: A Preto e Branco (um mano a mano com Alemtagus)
Que maravilha poetas!

Eu estou aqui encantada com esse "jogo de xadrez" no jogo de palavras e metáforas que vcs brilhantemente compuseram esse poema.

Jogo xadrez desde os 9 anos de idade, e conhecendo a magia que envolve esse jogo de estratégias, fiquei imaginando aqui cada imagem que vcs criaram.

Diante de um relógio marcador do tempo, que determina cada jogada, ativa-se o raciocínio e reflexo da mente, aguçando a ansiedade do adversário. Finalizando com um Xeque-Mate!!

Meus parabéns com louvor aos dois poetas!!!

Amei!!