É que metade de mim está a secar.
As veias,
os pulmões,
o coração.
O sangue mirra,
a alma seca.
É que metade de mim é ausência.
Um ramo que se foi soltando,
soltando,
até que quebrou.
E voou.
Partiu,
com a ventania do desencanto.
Ficou um silêncio espesso,
uma escuridão amarga,
que desaba dias de torrentes de chuva.
Ácida,
atravessada por uma lama escorregadia,
onde tropeça e se arrasta a outra metade de mim.
Que resiste.