Poemas : 

Sorrisos apagados

 
Open in new window

Olho pra direita e pra esquerda
E deparo com sorrisos apagados
Dos rostos afogados
Em lágrimas pedidas nos labirintos d’alma

Não muito longe daí,
Um fuzil fumegante
Deita espumante ódio
Pelo olho da morte

De joelhos, caio
No chão vermelho de sangue,
A espera do que se segue
Do fuzil que cospe raios da morte

Vendo o medo à sorte,
Sorte não muito longe da morte,
Que espreita do fundo do cano,
O tremor do pano
Que cobre meu corpo morto

Espera dolorosa e longa´
Que cada vez afoga
Minh ’alma
No escuro fundo do cano mortífero

Toda a reza parecia pouca,
Meu corpo tremia como varras verdes ao vento,
Olho pra o céu e de pés juntos
Enfrento o cano da morte,
Que parecia zombar da minha pouca sorte

Adelino Gomes-nhaca


Adelino Gomes

 
Autor
Upanhaca
Autor
 
Texto
Data
Leituras
417
Favoritos
1
Licença
Esta obra está protegida pela licença Creative Commons
13 pontos
1
2
1
Os comentários são de propriedade de seus respectivos autores. Não somos responsáveis pelo seu conteúdo.

Enviado por Tópico
Upanhaca
Publicado: 26/08/2023 07:39  Atualizado: 26/08/2023 07:57
Usuário desde: 21/01/2015
Localidade: Lisboa/loures
Mensagens: 8400
 Re: Sorrisos apagados
Ver a morte tão proximo d'alma,
o medo e a desolação
se juntam num corpo
que esvai antes do tempo.

Open in new window