Nos confins da terra vasta e serena,
As lembranças dos homens seguem misteriosas e simplórias.
Nas cidades que dançam e nas que lamentam,
Há murmúrios antigos, contos e histórias.
Olhando com os olhos da antiguidade,
O mundo é um espelho de ilusões e verdades.
Reflete os desejos, os medos, os dias idos,
E nos lembra das marcas de passos perdidos.
No silêncio da noite, na calada do dia,
Emerge a percepção, clara e fria.
Existe uma voz, sussurrando na brisa,
Que ninguém quer ouvir, mas insiste, precisa.
Ela canta os segredos, as dores esquecidas,
As promessas quebradas, as vidas partidas.
Mas, também, entoa esperanças e sonhos,
E nos envolve em seus laços tristonhos.
Os viveiros dos homens, na dança do tempo,
Guardam memórias, sentimentos e vento.
Mas o eco dessa voz, tão antiga e pura,
É o chamado da alma, a eterna aventura.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense