Poemas : 

Pouco a pouco

 
Saíste aos poucos d’minha vida qual árvore que seca
Foste retirando a tua presença, dia a dia, lentamente
Por assim, talvez acreditar eu não pudesse perceber
Mas o vento trouxe a dor de uma despedida pertinaz
Distâncias e silêncios que imprudentemente ressoam
Eu sonhava acordado construir essa vida em comum
Abrigar-te da chuva e da umidade que dói nos ossos
Mas me contagiaste com a umidade de tuas lágrimas
E o guarda-chuva que deixaste, já nem importa mais
Que pena que tu foste, sem saber do tanto que ficou
São tantos os muros em que escrevi a nossa história
Restam tantos, vazios, onde quis escrever teu nome
Para que nessa absurda partida houvesse algo trivial
Não há voltar atrás, não importa se é cedo ou tarde
Não importa se a brisa da manhã ainda sopra fresca
Nem os perfumes que meu olfato ainda teima aspirar
Nada importa. O mar que olhávamos ainda estará lá
Porém, os nossos olhos nunca mais estarão para ver
Mas em mim, pouco a pouco, as feridas vão se curar
E as cicatrizes serão novas linhas para criar o verso
O poema, letra a letra, a tempo também te olvidará



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Autor
Sergius Dizioli
 
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Enviado por Tópico
Sergius Dizioli
Publicado: 21/08/2023 13:23  Atualizado: 21/08/2023 13:30
Administrador
Usuário desde: 14/08/2018
Localidade: काठमाडौं (Nepal)
Mensagens: 2241
 Re: Pouco a pouco
Ooops... um equívoco.

Enviado por Tópico
Alpha
Publicado: 21/08/2023 21:08  Atualizado: 21/08/2023 21:08
Membro de honra
Usuário desde: 14/04/2015
Localidade:
Mensagens: 2063
 Re: Pouco a pouco
Pouco a pouco tudo se vai desgastando
Quer seja a andar devagar ou a correr
Com o passar da vida se vai ausentando
Pois o tempo tudo acaba, por corroer!

Procurar guardar as essências dos tempos áureos, e tentar amenizar as feridas ainda não cicatrizadas totalmente. Pese embora haja feridas que ficam penduradas no tempo, para sempre!

Enviado por Tópico
Aline Lima
Publicado: 22/08/2023 16:01  Atualizado: 22/08/2023 16:01
Usuário desde: 02/04/2012
Localidade: Brasília- Brasil
Mensagens: 734
 Re: Pouco a pouco / Sergius Dizioli
Caro Sergius,

Suas palavras me transmitiram uma profunda tristeza e a reflexão sobre a partida sofrida de alguém especial. A metáfora da árvore que seca e o afastamento dessa pessoa tocaram profundamente o meu coração. Essa evocação de saudade e melancolia perante o vazio deixado por essa despedida é comovente. No entanto, percebo uma faísca de esperança quando se menciona a transformação das cicatrizes em versos criativos. Ler você hoje foi testemunhar uma jornada emocional complexa e um processo de cura gradual. Obrigada por compartilhar esses sentimentos tão sinceros.

Saudações