Esse é perfeito!!!
Disse-me um grande poeta:
"Estou tão apaixonado por ti!".
As mensagens chegam acordando o meu dia.
Talvez eu fiquei um pouco lisonjeada. Porém, sei que não sou sua amante ideal ou alma gêmea. O poeta existe dentro daquele que vive eternamente! As vezes adormecido dentro dos vulcões, ele é temporal, como dizia Fernando Pessoa:
"O poeta finge tanto, que ele vive a própria dor e sofre com ela, como se verdade fosse, vive um amor infinito que só ele sabe dizer"
O poeta precisa atravessar o túnel do amor, da dor, da saudade, das recordações, das lembranças não vividas, precisa morrer as vezes... Para renascer e assim inventar sua própria história. Precisa fazer um Eletro da alma, com seus dedos pontilhados como elétrodos, trabalhando o rascunho da obra, que como uma fênix, tenha surgido das cinzas.
Eu não te amo! Jamais poderei andar de mãos dadas contigo meu doce poeta, pois sou a poetisa que precisou fazer da chuva grandes tempestades para criar a obra prima.
Sou também viajante temporal! E preciso do mesmo veneno que tu toma, para adormecer e diagnosticar a própria alma, levando riqueza a minha obra.
Então, somos iguais e tão desiguais...
Nessa nossa jornada, buscamos o mesmo oxigênio para viver. E para o nosso eletroneuroalma, só existe um diagnóstico.
Os poetas estão terrivelmente doentes e para isso não existe cura! A única receita é entorpecer a alma com taças de vinho e na solidão das madrugadas, apanhar o vento gelado que delas desprendem para os pulmões fragilizados. E como não existe um sanatório para a cura da alma, estamos condenados as experiências temporais e mentirosas que nossa própria alma inventa. Morreremos! Mas nossas escritas ficarão cravadas nas almas daqueles que viverão um sonho de liberdade ou então estarão presos a escravidão do amor.