Muitos amores eu tenho,
eles me ligam,
vêm para mim,
imponentes,
de vontades indecentes.
Alguns me tocam a alma,
com ternura, e sem calma,
outros são feito chama,
que rapidamente reclama,
mas se esvai e me desama.
Na dança dos sentimentos,
alguns vêm como ventos,
passageiros e breves,
outros como tormentos,
profundos e graves.
Mas cada um, a seu modo,
marca o compasso da vida,
alguns são como o lodo,
outros, a cura da ferida.
Muitos amores eu carrego,
na valsa do meu peito,
alguns eu ainda prego,
outros, já não têm jeito.
Mas com todos eu aprendo,
no vai e vem, no silêncio,
que amar é se entregar,
e, às vezes, só se perder no tempo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense