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Eu sabia que era amor na doçura de teu falar e o teu olhar brilhante tal espelho do meu.
Eu sabia que era amor quando nem eu nem você percebíamos nossas poses primitivas e inconscientes, e sentia meu coração a 120 batimentos por minuto.
Eu sabia que era amor quando, em cada esboço de situação, a razão já não fazia mais sentido.
Eu sabia que era amor, pois já investigava, absorto, cada ponto de tua geografia, investigava cada reação em que nossos olhares, às vezes perdidos, inocentes, cruzavam-se com aquele ar facial de quem diz: 'gostei'.
Eu sabia que era amor desde quando senti teu cheiro, teu toque em minhas mãos, desde quando te abracei pela primeira vez.
Eu sabia que era amor quando meus atos e palavras direcionavam-se à possibilidade de estar contigo.
Eu sabia que era amor quando punha-me a inventar situações reais e fictícias em que nossos mundos se abriam sem que nos importássemos onde e porquê estávamos em determinado lugar.
Eu sabia que era amor quando até as coisas mais idiotas começaram a me fazer sentido e, que, algumas horas longe de ti, pareciam multiplicadas por 10.
Eu sabia que era amor porque jamais me sentira assim: o virtual tornara-se real... desde então comecei a escutar tantas músicas românticas que, num repente, me faziam sentido, posto que elas
direcionavam-me à tua imagem e, contigo, eu me sentia o protagonista duma peça infinda...
Eu sabia que era amor porque nosso primeiro beijo transcendeu aos orgasmos casuais que antes eu tivera e, de bobeira, eu via um leque de felicidade proporcionando-me mil opções de viver somente pra ti sem nunca pensar no amanhã.
Eu sabia que era amor sentido nos sentidos que jamais experimentara.
Eu sabia que era amor, pois senti que a juventude o tempo não arrancaria de mim: o tempo não
iria definhar nossos corpos dentro do sonho repaginado a cada dia.
Eu sabia que era amor desde o momento que o acaso, num ambiente estranhamente pretérito, nas correrias da vida -- eu imaginasse que ia esbarrar em ti... tais ramos que se tocam e se envergam ao balanço dos ventos.
Eu sabia que era amor, sei lá, por intuição, pela carência de um complemento que até então eu não sentira. E agradeci a Deus por tê-la reservado pra mim sem eu a merecer.
Eu sabia que era amor quando, nas estradas que eu percorrera, com tantas placas indicativas, eis que,
no final, você, com as mesmas divagações e anseios, tinha chegado à conclusão de um segredinho e tenha dito pra si mesma: "Eu sabia que era amor".
Eu sabia que era amor desde a primeira vez que te vi e percebi o quão fúteis até então eram os meus desassossegos em busca de algo que eu jamais sentira. E meu mundo, P/B, coloriu-se. Eu sabia que era amor desde os primórdios de minha inocente e rústica forma de saber.
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Rehgge Camargo_________________________________
"o poeta absorve, filtra e exala."
Re: Eu sabia que era amor...
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