Em meio à vastidão de um peito que clama,
Há um desejo desesperado, uma chama.
Que não cessa, não se acalma,
Buscando o brilho, o profundo da alma.
Oh, como anseio pela luz desses olhos,
Que entre as sombras me despoja do ar.
Cada olhar, cada faísca, intensifica meus abrolhos,
Quero o farol que me guie, nesse vasto e turbulento mar.
Na busca de um sentimento tão profundo,
Que transcende versos, transcende o mundo.
Toda vez que a encontro, sinto o chão se perder,
Mas a incerteza do seu amor, me faz sofrer.
Os olhos, portais para um universo paralelo,
Guardam segredos, mistérios que anseio desvendar.
Dentro deles, quero me perder, quero vê-los,
Revelar a chama ardente, que só me faz te amar.
Mas, oh! Quão cruel é este desejo,
Que queima, consome e deixa em ensejo.
A constante busca, o eterno duelo,
De encontrar nos teus olhos,
O brilho do amor mais puro e singelo.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense