Em um jardim que florescia,
Com cores, aromas e calor,
O amor que antes crescia,
Perdeu sua voz, seu vigor.
Não foi culpa do destino,
Nem capricho de verão,
Foi o tempo, em desatino,
Roubando a paixão.
Teus olhos, antes faróis,
Que iluminavam meu caminhar,
Agora são dois sóis,
Que me queimam, sem me abraçar.
Deixei de amar, não por querer,
Mas porque o amor, em seu afã,
Optou por esconder,
O que antes era chama, era imã.
O silêncio entre nós gritava,
Em ecos de saudade do que foi,
E enquanto o tempo passava,
A distância entre nós dois só crescia, depois.
Não te culpo, nem me culpo,
Pois o amor é como o vento,
Às vezes suave, às vezes pulso,
E às vezes, só um lamento.
Deixei de amar, não por esquecer,
Mas por lembrar demais,
De um tempo que não vai voltar,
Onde éramos paz, e agora, jamais.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense