Em um universo vasto e sem fim,
O tempo escorre por entre dedos meus.
Oh, tempo, que cruel e sutil és tu,
Que desapareces, e nunca mais retornas,
Nem que queiras eu.
Cada segundo que se esvai, é um pedaço que se vai,
Da etérea dança entre o ser e o nada.
Perdemos tempo em vão, distrações e ilusão,
Buscando o que?
Em um mundo de constante transformação?
Para uns, tempo é dinheiro, uma moeda passageira,
Mas o sábio entende seu valor verdadeiro.
Não é só pelo que se pode comprar,
Mas pelos momentos,
Sonhos e amores que podemos abraçar.
Quantos, por medo ou desdém, deixam de amar?
Quantos momentos deixamos de aproveitar?
A vida, em sua fugacidade, nos ensina a urgência,
De abraçar o agora, com plena consciência.
As razões para valorizar cada instante são claras,
Pois são as memórias que em nossa alma se alastram.
O tempo, quando bem vivido, vira história,
E cada momento, uma pequena vitória.
Então, antes de dizer que tempo se perdeu,
Pergunte-se: o que realmente com ele se fez?
O verdadeiro valor do tempo não está no relógio,
Mas nas marcas que deixa em nosso espírito.
Valorizemos, então, cada segundo que temos,
Porque no fim, eles são tudo o que realmente levamos.
E, ao perdermos tempo, perdemos vida, e assim,
Deixamos de ser, mesmo ainda existindo até o fim.
Poema: Odair José, Poeta Cacerense