A saudade de tua presença, tudo me lembra de ti
Ouvi a alma do mar cantar lá fora da minha janela
As ondas mansamente, beijando as areias da praia
Vêm-me o sabor de teus beijos, sedução agridoce
Os pássaros azuis das tardes, voando ao anoitecer
Vejo-os lépidos no jardim entre cravos e magnólias
Com seu canto silábico vão retornando aos ninhos
É o suspiro sensual que me recorda de teus lábios
O dia se foi, a noite vem chegando em fragmentos
Juntando-se, um poema sigiloso, pedaço a pedaço
No véu celeste que escurece, a estrela que brilha
É o abraço que falta em meu peito morto de vazio
A boca secreta do arcano fala dos lírios do verão
Uma imagem gestada no ventre infinito do espaço
São enigmas que traçam em mim, pássaro noturno
A nostalgia viva no rastro de teu bálsamo familiar
Voam as abelhas celestes ligadas às asas do poema
Cintilando em arpejo, tal letras que fogem pelo ar
No fim de estrofes que inventam tuas lembranças
Tu, guardei intocada das auroras que insistem vir
Deixe que a luz se aninhe no parapeito das tardes
Onde tudo canta e cala, apenas p’ra lembrar de ti